Alzheimer é a prova de um mundo poluído

Estou aqui hoje para falar sobre como o Alzheimer pode ser considerado um índice importante de adoecimento global. Isso porque é uma doença crônico degenerativa muito relacionada ao estilo de vida, ou seja, a maneira como nos alimentamos, nos relacionamos, praticamos atividades físicas, como dormimos, controlamos a ansiedade, tristeza e se evitamos ou não maus hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool e drogas (de todos os tipos). Sem falar da intoxicação direta que consumimos por vivermos em um planeta poluído; do ar que respiramos até a exposição a luz! Tudo está nos intoxicando. Tudo está envenenado.

Percebo que as pessoas têm um interesse incessante pela prevenção e manutenção da saúde, porém, como tudo nesse mundo de controle não passa para a vida prática.

Como médico psicossomático há mais de 20 anos, sempre observei e tratei as pessoas em sua dificuldade em atingir um nível de consciência suficiente para encontrar com a realidade verdadeira. Dessa maneira, através do autoconhecimento, o ser humano pode se conectar com o mundo a sua volta e viver plenamente sua essência primitiva, que respeita os bons hábitos e práticas que promovem a saúde e o envelhecimento saudável e funcional.

A medicina de hoje tende a observar o indivíduo no âmbito biopsicossocial, ou seja, o processo de adoecimento é a interação da genética com a forma em que o indivíduo vive. Habitamos nosso ser biológico com nossa consciência psicossocial em uma relação intrínseca, onde o estresse psíquico adoece o corpo assim como má alimentação e falta de exercícios. Voltamos assim ao princípio básico da medicina: mente sã, corpo são.

Posso afirmar para vocês que o envelhecimento é um processo oxidativo natural que está acelerado por todos esses fatores que citei anteriormente. Nosso corpo está intoxicado e maltratado, por isso, está todo inflamado, principalmente nosso sistema neurovascular, o primeiro a mostrar a gravidade do adoecimento crônico. Tudo começa “silenciosamente”: hipertensão, diabetes, obesidade, colesteróis elevados. Situação essa que se não tratada ou bem conduzida vai levar a complicações que reduzem a longevidade e a qualidade de vida, sem falar nas perdas socioeconômicas diretas e indiretas.

As doenças cardiovasculares são a consequência imediata de tudo isso que leva ou se associa com outros estados piorados, como o câncer, por exemplo.

Mas escolhi o Alzheimer como índice deste processo de adoecimento e explico o porquê: a doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, representando entre 60% e 80% dos casos, e afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Em 2021, estimava-se que cerca de 55 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com algum tipo de demência, sendo a maior parte destes casos de Alzheimer. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número poderá atingir 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população global.

O Alzheimer precoce, também conhecido como Alzheimer de início precoce, ocorre quando a doença começa a manifestar-se antes dos 65 anos, geralmente entre os 30 e os 60 anos. Embora a maioria dos casos de Alzheimer ocorra em pessoas mais velhas, cerca de 5% a 10% dos casos são de início precoce. Este tipo de Alzheimer apresenta desafios específicos, pois atinge pessoas que ainda estão ativamente envolvidas no trabalho, nas atividades familiares e sociais.

Tudo isso assusta, não?  Só mais um pouquinho de informação para vocês ficarem mais antenados: o Alzheimer é uma doença que exige cuidados constantes, o que acarreta custos elevados com hospitalizações, consultas médicas, medicação e tratamentos especializados.

Nos Estados Unidos, por exemplo, os custos anuais diretos com o tratamento da demência ultrapassam os 300 mil milhões de dólares. Na União Europeia, os custos anuais são estimados em cerca de 250 mil milhões de euros.

Os custos médios de uma residência de cuidados para pacientes com Alzheimer podem variar entre 2.000 a 6.000 dólares por mês, dependendo do nível de cuidado necessário e da localização.

O Alzheimer e outras demências custam aproximadamente 1 trilhão de dólares anualmente em todo o mundo, número que está previsto para duplicar até 2030 devido ao envelhecimento populacional.

E eu te pergunto: isso faz você se preocupar?

Se preocupar faz você agir, ou você apenas se desgasta e depois volta ao seu “estado de conforto”, inflamado, sedentário e empurrando problemas mal resolvidos com a barriga?

É sobre o nível de consciência própria que quero chegar quando falo de Alzheimer, pois antes de ser uma doença, é o símbolo de uma população que não se reconhece, não se cuida e não se trata. A mente é processada no cérebro que nada mais é que um “grande novelo” de artérias e neurônios que quando inflamados, prejudicam o funcionamento da consciência. Não podemos ser o sanguessuga de nós mesmos. Temos que aprender a praticar saúde nos hábitos. A ciência serve para mensurar e nos ajudar nas melhores escolhas para uma vida mais saudável.

Usamos a palavra prevenção de modo errado; temos que nos prevenir da maleficência que esse mundo sintético nos causa e somos os responsáveis. Temos que nos reencontrar com nossas origens, instintos e naturalidade.

Nós queremos mais saúde!

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