Thiago Rosolem teve uma grande ideia ao ouvir um clássico de Alceu Valença
Formado em Direito, Thiago Rosolem ingressou no ramo de alimentos em 2008, junto com o irmão Bruno Rosolem. Eles levaram o pão delícia para o Estado do Rio de Janeiro, um pão de fermentação lenta. A fábrica ficava em São Cristóvão e se chamava Pãozinho dos Deuses.
Após alguns anos, começou a expandir e fabricar pão congelado para Marina, supermercadistas e hospitais federais. Em 2016, atrás de novas perspectivas na vida e algo que tivesse significado, Thiago começou a frequentar o mundo vegano, vegetariano e ali caiu uma ficha: “que essa turma tinha uma missão e propósito”. Desde então, os irmãos começaram a mergulhar nessa filosofia de vida.
“Em 2018 veio a grande mudança, largamos tudo que tínhamos para mergulhar de cabeça no mercado de proteína vegetal. Já em 2017, tínhamos lançado falafel e burguer de quinoa, sempre com um olhar do vegetariano e o que ele comia em botecos e bares. Vimos o feijuca como uma boa alternativa, lembro que de 2016 até 2018 o que via nesses botecos para comer era batata frita e aipim. Em busca de alternativas nacionais, para um projeto bacana pro país e para mim, em 2018 fiz uma imersão em proteínas vegetais e alternativas que tínhamos no país, estava vendo grão de bico, jaca, etc….certa quarta a noite entra no meu spotify Alceu Valença e a música morena tropicana, na hora peguei o celular e liguei pro meu irmão aos gritos repetia “Bruno, tem carne de caju, Bruno, tem carne de caju” ele ficou sem entender aí depois com mais calma tudo foi fazendo sentido para nós”, começa ele recordando.
“Jogamos no Google no dia seguinte e tinha um projeto da Embrapa para a utilização do bagaço do caju, fizemos uma ligação e fomos para uma reunião lá, e aí tudo mais ainda fez sentido, a pesquisadora líder do projeto Dra. Janice lima, que tem sua origem no Ceará, um dos estados produtores do caju, estava sendo transferida do CE pro RJ e aí as coisas começaram a deslanchar no que eu chamo de “cagada divina” quando tudo se alinha para que sua missão seja cumprida na terra”, completa.
Hoje, Thiago está à frente da presidência da Amazonika Mundi. O projeto com o caju continua. Esse ano, junto com a Embrapa, a fibra alimentar oriunda do bagaço do caju estará disponível para uso diverso, ou seja, aplicação em iogurte, shakes, suplementos alimentares.
“Ainda na área da pesquisa, esse ano, conseguimos viabilizar um laboratório nosso em parceria com a UFRJ para a produção de proteínas vegetais, começamos com a nacionalização do ISOLADO PROTEICO DE ERVILHA, insumo encontrado em Whey Proteins e outros suplementos alimentares, com a nacionalização desse ingrediente conseguiremos baratear a produção e quem ganha é o consumidor. A ideia não é parar aí, com o nosso laboratório o foco será em produzir e promover o bioma amazônico e suas proteínas a fim de manter a floresta em pé, ou seja, ingredientes naturais, produzidos em nosso pais, com alta tecnologia, promovendo a pesquisa e os pesquisadores nacionais e empurrando cada vez mais nosso país para frente”, afirma.
Amazonika Mundi
A Amazonika Mundi, empresa de alimentos Plant Based Brasileira.
Uma inovadora união entre sabor, sustentabilidade e saúde. Essa é a essência da Amazonika Mundi, que chega com o uso pioneiro de carne de fibra de caju em seus alimentos 100% plant based – ou seja, feitos apenas de plantas, substitutos da proteína animal. O propósito da foodtech, que aposta na biotecnologia (modelo econômico e industrial que utiliza matérias-primas regenerativas), é trazer para o dia a dia de quem consome carne animal alternativas praticamente idênticas em cor, sabor e textura, que vão impactar de forma positiva a saúde das pessoas e do planeta. Além disso, os produtos são sem conservantes, transgênicos ou gorduras trans. Pelo contrário, os produtos AMZK Mundi são ricos em nutrientes.
Foram os irmãos Rosolem, Thiago (CEO) e Bruno (Diretor Comercial) que fundaram a food tech. A empresa revolucionou o mercado alimentício com duas inovações: a carne de fibra de caju e a utilização de especiarias originárias da Floresta Amazônica, maior bioma do Brasil e um dos maiores do mundo. Tudo isso, de maneira ambientalmente e socialmente responsável. Sem exploração de força de trabalho, sem sofrimento animal, sem desmatamento, mas com muito sabor.
A utilização inédita da carne de fibra de caju está presente em seus produtos, que chegaram aos principais supermercados e restaurantes do país. A inovação se deu graças a uma importante parceria com a Embrapa. O pilar sustentabilidade entra em cena ao aumentar a cadeia de valor do caju cultura, uma das mais importantes do Nordeste. Antes descartada pela indústria (cerca de 75% das 580 mil toneladas eram desperdiçadas por ano), essa fibra é um coproduto da fabricação do suco da fruta.
Outra iniciativa de sustentabilidade merece destaque: o uso de ingredientes da região amazônica, valorizando o que é genuinamente brasileiro e contribuindo na criação de cadeias de valor para produtos da floresta. Quando utilizados de forma sustentável, os recursos naturais amazônicos têm um impacto positivamente transformador na economia do país e na preservação do bioma.
Em 2023, a linha ganhará novidades como Tirinha Amazonika (nuggets) e uma linha Kids inspirada em personagem do folclore brasileiro. Mas a aposta da foodtech não para por aí. A marca já conta com outros itens 100% vegetais, sem glúten, sem lactose e livre de conservantes e de insumos geneticamente modificados. São eles o Falafel Burger, o Quinoa Burger e os Bolinhos Falafel, Quinoa e Feijuca. No total, são 12 opções cuidadosamente desenvolvidas para proporcionar uma experiência única.
A Amazonika Mundi utiliza na composição de seus produtos insumos como extrato de açaí, óleo de patauá, óleo de sacha inchi, tucupi preto, pimenta assîsî e urucum.
Também vale ressaltar o uso de feijão-manteiguinha de Santarém e farinha d’água de Bragança. Todas essas matérias-primas têm sua produção baseada na sustentabilidade e na preocupação em manter a floresta amazônica ‘de pé’.
Para garantir isso, a Amazonika Mundi firmou parcerias com a Origens Brasil (organização que promove negócios sustentáveis na Amazônia em áreas prioritárias de conservação), a Imaflora, a Concepta Ingredients (do grupo Sabará) e a Manioca. Assim, é possível conhecer cada núcleo.
A Amazonika Mundi é completamente contra explorar a força de trabalho de uma população vulnerável e contra extrair recursos naturais de maneira a agredir a natureza. Pelo contrário, a food tech oferece uma fonte de renda justa para produtores indígenas e ribeirinhos, fortalecendo dezenas de famílias. Produtores, estes, que conhecem a Amazônia como ninguém e cultivam alimentos respeitando o tempo e os limites da natureza.
1. Famílias da Floresta Amazônica positivamente afetadas pela produção de:
– Pimenta Assîssî: 87
– Óleo de Patauá: 36
– Extrato de açaí: 18
– Óleo de sacha inchi: 500
2. Área da Amazônia conservada pela produção de (km2):
– Pimenta Assîssî: 3.97 MI
– Óleo de Patauá: 123
– Extrato de açaí: 206
– Óleo de sacha inchi: 750
P&D: Evolução e inovação constantes
A AMZK reconhece a importância de realizar estudos minuciosos e constantes acerca de insumos vegetais e seu potencial no mercado alimentício. Por este motivo, as pesquisas da empresa se estendem além da fibra alimentar de caju. No momento, estão sendo feitos estudos com o cogumelo Yanomami, fungo nativo da Amazônia, e a aquafaba, líquido derivado do cozimento de leguminosas – como feijão e lentilha.
A food tech produz uma aquafaba à base de grão-de-bico com shelflife de 12 meses e está desenvolvendo uma maionese plant-based à base dela. Em receitas veganas, caseiras ou industriais, já é comum que se utilize aquafaba como substituta do ovo, por sua consistência. É possível produzir bolos, biscoitos, marshmallows, mousses e brownies com aquafaba ao invés de ovo.