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Dra. Tereza Scardua explica sobre seu método Line Skin, de tratamento para melasma, e fala sobre a lucratividade desse mercado

Segundo uma pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), entre 15% e 35% das mulheres brasileiras em idade reprodutiva têm melasma. Esse aparecimento de manchas escuras na pele é desencadeado por fatores como a exposição solar, estímulos hormonais, estresse oxidativo e inflamações cutâneas, que afetam apenas indivíduos predispostos. Trata-se de uma condição crônica, sistêmica, de difícil tratamento e que tende a retornar.

A especialista Dra. Tereza Scardua, do Instituto Tereza Scardua de Harmonização Orofacial, que já atendeu mais de 8 mil pacientes, explica que procedimentos comuns utilizados para tratar o melasma atuam na diminuição da produção de pigmento, promovem a descamação da pele para eliminar os pigmentos, reduzem a inflamação e reforçam a proteção solar. Percebendo que o tratamento poderia ir muito mais além, em 2022 ela se aprofundou nos estudos dessa condição. “A pele tem uma grande capacidade regenerativa, ou seja, é possível eliminar as partes danificadas e sem função, trazendo células-tronco para formar novas células saudáveis, capazes de produzir colágeno e elastina funcionais, enquanto removemos o excesso de melanina. Em resumo: enquanto essas alterações profundas não forem corrigidas, a produção de melanina continuará sendo estimulada”, pontua.

Ela conta que quando estudou e compreendeu as alterações histológicas do melasma, descobriu que a pele subjacente apresenta modificações em toda a sua estrutura (envolvendo células, fibras e outros componentes) que vão muito além da simples presença de pigmento. “Essas áreas danificadas se localizam em camadas profundas, e sua manutenção perpetua um ciclo contínuo de destruição, tornando o tratamento apenas paliativo e refratário”, esclarece.

Além disso, ela detectou que o fato de as alterações ocorrerem em camadas profundas, não se limitando ao que é visível superficialmente, evidencia que o tratamento precisa atingir essa profundidade para eliminar as partes incapazes de se regenerar. “Por essa razão, não faz sentido tentar resolver problemas estruturais profundos com abordagens meramente superficiais e paliativas”, explica a cirurgiã-dentista.

Assim, nasceu sua metodologia, que ela denomina de Line Skin. “Eu promovo um dano controlado na pele com o objetivo de eliminar as áreas danificadas, pois somente assim uma nova pele, sem alterações, pode ser regenerada. O método inclui um protocolo rigoroso para gerenciar a regeneração da pele e todas as ocorrências durante esse processo, como o conhecido efeito rebote”, sinaliza a especialista.

Com manutenção constante, Dra. Tereza conta que já teve casos de remissão de dois anos de duração. “Continuo acompanhando os pacientes e realizando tratamentos regenerativos, leves, mas com grande impacto na melhora diária da pele, como o protocolo de hidroxiapatita NANO, que também foi desenvolvido por mim”, lembra.

O valor do tratamento é cobrado por área, como, por exemplo, testa, bochecha e buço, e em média cada área custa cerca de dez mil reais.

“Eu promovo um dano controlado na pele com o objetivo de eliminar as áreas danificadas, pois somente assim uma nova pele, sem alterações, pode ser regenerada”

Mercado lucrativo e que devolve autoestima

Tratando-se de uma incidência que chega a 35% das brasileiras, coligada à eterna busca pela beleza perfeita, o mercado de tratamento de melasma torna-se lucrativo e atraente. Por conta disso, Scardua revela que em 2023 e 2024 se dedicou apenas aos resultados da sua pesquisa, que foi realizada sem fins lucrativos, para começar a colher esses frutos a partir desse ano, que já começou superando as expectativas.

“A alta incidência do melasma no Brasil, aliada ao seu profundo impacto na autoestima, faz com que muitas mulheres se sintam privadas de liberdade. Há casos em que os parceiros nunca veem essas mulheres sem maquiagem, evidenciando como essa condição afeta diversos aspectos da vida e reforça a demanda por tratamentos eficazes”, enfatiza Dra. Tereza.

A profissional não revela as perspectivas de lucro para esse ano, mas sabe que essa é uma ciência que requer constantes estudos, ou seja, vai continuar aprimorando e lapidando seus protocolos a cada dia. Segundo ela, os resultados são sua realização e os desafios o seu combustível.

Para fazer com que o investimento da paciente valha a pena, a profissional ressalta que é fundamental ter paciência e compreender todo o processo. “A paciente precisa estar ciente de que poderão existir manchas temporárias e que passará por um tratamento mais profundo, requerendo um período de recuperação em torno de 7 dias. Após esse período, é essencial seguir as orientações do home care, comparecer aos retornos das consultas e aguardar pela resposta definitiva, que costuma ocorrer entre 6 e 10 meses”, finaliza.