A recente denúncia sobre a utilização de furadeiras domésticas em hospitais reacendeu o debate sobre a importância da regulamentação e da utilização de materiais adequados para garantir a segurança dos pacientes e profissionais de saúde, além da fiscalização de protocolos. Apesar de, no passado, a falta de equipamentos específicos ter levado hospitais a recorrerem a furadeiras convencionais, a legislação proibiu essa prática desde 2008. Hoje, especialistas destacam os riscos envolvidos no uso de equipamentos domésticos em macas cirúrgicas e explicam a necessidade da execução realizada apenas com materiais exclusivos, elaborados exclusivamente para o ambiente cirúrgico.
A escolha de materiais como furadeiras domésticas pode comprometer um procedimento cirúrgico e expor o paciente e todos os profissionais de saúde, a uma série de riscos. O Dr. Carlos Cedano, Ortopedista e Chefe de Ortopedia do Hospital Regional de Cotia, explica que, além da dificuldade de esterilização, esses equipamentos podem gerar complicações graves. “A furadeira doméstica não é esterilizada em autoclaves, já que pode soltar resíduos e até ser danificada no processo de desinfecção. Além disso, é muito mais pesada, o que dificulta a precisão dos furos no osso e pode aquecer excessivamente levando a uma lesão térmica no tecido ósseo. Hoje, com a superioridade dos dispositivos desenvolvidos exclusivamente para intervenções hospitalares, não há justificativa para a utilização de ferramentas inadequadas. Podemos afirmar que com esses equipamentos, otimizamos a cirurgia em todos os sentidos, priorizando a segurança do paciente, a precisão do nosso trabalho e diminuindo o tempo do procedimento, gerando assim inclusive economia para o hospital e possibilidade de tempo menor de anestesia, o que favorece a recuperação do paciente”.
A proibição do uso de instrumentos inadequados nas cirurgias é acompanhada por normas rigorosas para fornecedores de equipamentos hospitalares. As empresas que atuam no setor precisam seguir padrões exigidos para garantir a segurança de hospitais, profissionais da saúde e pacientes. Alex Romanosk, CEO da Ottima Tecnologia em Saúde, empresa especializada na estruturação e fornecimento de materiais para cirurgias em diversos hospitais de São Paulo, destaca que há uma série de protocolos obrigatórios para garantir a qualidade dos equipamentos utilizados em procedimentos médicos. “As empresas do setor de saúde precisam cumprir exigências legais, obter certificações específicas e seguir protocolos rigorosos para assegurar a conformidade dos equipamentos com normas de segurança. Isso inclui controle de qualidade, certificações regulatórias e a rastreabilidade dos materiais utilizados em cada procedimento”, detalha.
Além da regulamentação, Romanosk reforça a importância dos materiais específicos para Ortopedia, que são projetados para oferecer suporte e estabilidade durante a recuperação dos pacientes. “Os materiais utilizados em cirurgias ortopédicas são altamente tecnológicos e desenvolvidos para promover a integração ao corpo humano com segurança. Placas e parafusos de titânio, hastes intramedulares e próteses articulares são alguns dos componentes utilizados para tratar fraturas e substituir articulações danificadas, por exemplo. Cada um desses materiais é escolhido com base na biocompatibilidade, resistência e durabilidade, com muita responsabilidade por toda a equipe cirúrgica”, ressalta.
A preocupação com a qualidade dos instrumentos cirúrgicos vai além da eficácia do procedimento: trata-se de um compromisso com a segurança do paciente e a excelência da prática médica. “Substituir equipamentos improvisados por materiais desenvolvidos especificamente para o ambiente cirúrgico é essencial para garantir melhores resultados e minimizar riscos. Com nossos clientes provamos que ao estruturar bem um centro cirúrgico, você diminui a duração dos procedimentos e consequentemente, gera economia hospitalar, além de mais saúde tanto para o paciente, por conta de ter se submetido a uma intervenção durante um tempo menor, como também para o médico e sua equipe, em virtude de executarem um processo menos cansativo no quesito horas”, finaliza o executivo.