Vivemos uma era em que a masculinidade virou um alvo. No Brasil, essa crise se mostra de forma clara: homens apáticos, dependentes, emocionalmente frágeis e sem propósito. Não é apenas um fenômeno individual — é um problema coletivo, enraizado em um contexto biopsicossocial que desestimula a força, a responsabilidade e a coragem — virtudes masculinas essenciais para a estabilidade de qualquer civilização funcional.
A velha máxima “tempos difíceis criam homens fortes; homens fortes criam tempos fáceis; tempos fáceis criam homens fracos; homens fracos criam tempos difíceis” nunca pareceu tão atual. O Brasil, assim como boa parte do Ocidente, está colhendo os frutos de décadas de abandono de valores fundamentais.
A engenharia da fragilidade
Do ponto de vista biológico, homens têm maior tendência à agressividade exploratória, maior variabilidade comportamental e mais propensão à tomada de riscos. Essas características moldaram culturas, fundaram cidades e moveram a história. Mas hoje, essas mesmas qualidades são reprimidas, patologizadas e muitas vezes criminalizadas no discurso dominante.
No ambiente social, principalmente nas escolas públicas brasileiras, os meninos são ensinados a conter sua energia, a “não incomodar”, a “se comportar” como se fossem garotas mal-educadas. Qualquer impulso de liderança vira “machismo”. Qualquer demonstração de força é “toxicidade”. E assim o menino cresce confundido, emasculado, inseguro — um adulto em potencial que jamais amadurece.
Psicologicamente, a ausência de ritos de passagem, de modelos masculinos positivos e da exigência por responsabilidade cria gerações de homens que não sabem o que significa carregar um fardo. E sem fardo, não há amadurecimento. O resultado? Um exército de homens perdidos, incapazes de proteger, prover ou liderar.
Um Estado que se alimenta da fraqueza
A manutenção dessa fraqueza serve a um propósito claro: controle. Um homem forte, com valores, com objetivos, com coragem moral, representa uma ameaça ao autoritarismo. Ele questiona. Ele se recusa a se ajoelhar. Já o homem fraco, emocionalmente instável e economicamente dependente, é facilmente gerenciado.
No Brasil, o Estado se agiganta sobre a fragilidade masculina. Substitui a família, o pai, a comunidade. Promove uma cultura de dependência — do auxílio emergencial ao funcionalismo estéril — e rotula qualquer resistência como “reacionária” ou “antidemocrática”. O discurso político virou terreno de engenharia comportamental. E a engenharia favorece sempre o modelo que não reage.
A hora de parar de pedir desculpas
A masculinidade não é o problema — ela é parte da solução. Mas para isso, precisa ser resgatada. Homens precisam parar de pedir desculpas por serem homens. Precisam aceitar o fardo da responsabilidade voluntária, construir força física e moral, e dizer “não” ao comodismo psicológico.
Isso exige reconstruir símbolos, práticas e narrativas. Exige pais presentes. Escolas que respeitem a diferença entre meninos e meninas. Exige que a sociedade entenda que não se protege as mulheres enfraquecendo os homens, e sim fortalecendo ambos.
A masculinidade saudável não é autoritária nem violenta — é estruturante. É ela que segura a barra quando tudo desmorona. E tudo está desmoronando.
Chega de desculpas. Chega de silêncio. Homens fracos estão gerando tempos difíceis. Mas ainda há tempo para recuperar a força que constrói tempos melhores.