Todos os anos, cerca de 47 milhões de mulheres em todo o mundo entram na transição menopausal. É um número que impressiona — e mais ainda quando lembramos que 70% delas desenvolvem algum grau de síndrome músculo-esquelética e que, em aproximadamente 25% dos casos, essa condição evolui para limitações importantes na vida diária.
Outro dado relevante: 67% das mulheres com lipedema relatam piora dos sintomas com a chegada da menopausa. Não é incomum que, nesse período, surjam queixas de fadiga muscular, sensação constante de peso nas pernas e agravamento do acúmulo de gordura dolorosa. Muitas vezes, esses sinais são confundidos com obesidade ou problemas vasculares. O mais frustrante é que, mesmo quando exames de circulação não apontam alterações significativas — ou quando os achados não justificam tamanha dor — a mulher continua sofrendo, sem encontrar respostas claras.
A síndrome músculo-esquelética no climatério
Pouco se fala sobre isso, mas a síndrome músculo-esquelética é uma das grandes vilãs do climatério. Ela está associada à perda de massa muscular e ao enfraquecimento do suporte estrutural do corpo, consequências diretas da queda dos hormônios femininos. O resultado são dores persistentes, dificuldade de locomoção e impacto direto na qualidade de vida. Reconhecer essa síndrome é essencial para que o tratamento seja realmente eficaz e para que a mulher não seja injustamente taxada de “preguiçosa” ou “hipocondríaca”.
Quando a ciência abre novos caminhos
Em um congresso recente, apresentei o caso de uma paciente na menopausa, com lipedema e síndrome músculo-esquelética. Ela já havia tentado diversas condutas tradicionais, mas os sintomas persistiam. Decidimos então inovar: associamos campo magnético e radiofrequência ao tratamento. Após algumas sessões, os resultados surpreenderam:
Redução visível da circunferência das pernas
Melhora significativa da dor
Maior disposição para caminhar e retomar atividades do dia a dia
Essa experiência reforça algo que acredito profundamente: quando olhamos para a mulher de forma integral, respeitando as transformações da biologia feminina, conseguimos oferecer soluções que devolvem qualidade de vida, confiança e autonomia.
Uma mensagem de acolhimento
Como mulher que também atravessou o climatério, sei que essa fase pode ser marcada por dúvidas, inseguranças e desafios físicos e emocionais. Mas quero deixar uma mensagem: não se conforme em viver com dor ou cansaço. Não desista de você. Todos os dias vejo mulheres retomarem sua vitalidade e descobrirem que é possível viver essa etapa com leveza, beleza e bem-estar. Este conteúdo não configura recomendação específica, e toda conduta deve ser avaliada por um profissional habilitado.